616 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-85-7326-515-6 2013 - 1ª edição; 2013 - 2ª edição Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Como explicar que um livro escrito no final do século X, início do XI, por uma dama da corte a serviço de sua Imperatriz, em Quioto, numa sociedade tão diversa da nossa quanto o Japão feudal, possa tocar o leitor contemporâneo com tamanho frescor e alegria? A resposta está no olhar extremamente aguçado de sua autora, Sei Shônagon (c. 966-1020), que conta no Ocidente com um largo número de admiradores - de Jorge Luis Borges, que traduziu parcialmente O Livro do Travesseiro para o espanhol, ao diretor inglês Peter Greenaway, que se inspirou na obra para criar o premiado filme The Pillow Book. Com uma capacidade de produzir insights inesperados praticamente a cada página, Sei Shônagon ilumina tanto os pequenos fatos do cotidiano no Palácio Imperial, como os fenômenos da natureza, as sutis interações da vida social e a refinada trama de valores estéticos que enlaça e organiza praticamente todas as esferas da cultura. Verdadeiro recenseamento dos costumes, práticas e mentalidades do período Heian - aquele em que se forma e sistematiza a estética propriamente japonesa -, O Livro do Travesseiro é composto por mais de trezentos textos que, lidos em sequência ou com a liberdade do acaso, compõem um inventário dos afetos, da sensibilidade e do conhecimento de uma época, filtrados pela ótica de uma escritora de talento excepcional
Sobre o autor
Sei Shônagon, como é conhecida hoje, recebeu tal nome enquanto atuava como servidora da Consorte Imperial Teishi, esposa principal do Imperador Ichijô (980-1011, no trono desde 986 até a morte). Nascida por volta de 966, filha e neta de poetas renomados, é convocada no ano de 993 pelo Conselheiro-Mor Fujiwarano Michitaka para servir à Corte de sua filha, Teishi, em Quioto, então capital do Império. Sei Shônagon inicia então, possivelmente aos 27 anos, suas atividades na Ala Feminina do Palácio Imperial, e logo começa a escrever os textos que comporão O Livro do Travesseiro, obra concluída no ano 1001. Em 1000, Teishi falece após complicações de parto, aos 24 anos, e, em 1011, morre o Imperador Ichijô. Afastada da corte, Sei falece em Quioto, por volta do ano 1020.
|
4 comentários:
ah, é ligado ao filme o livro de cabeceira. puxa, quero muito ler tb então. amei esse filme, é demais. adorei o post. beijos, pedrita
Nunca tinha ouvido falar, mas pode ser desafiador descobrir as vivências de outros tempos noutras culturas.
Eu já tinha ouvido falar porque sou muito ligada na literatura japonesa e estava sempre com muita vontade de ler e não conseguia a edição aqui no Brasil. Quando eu vi o filme (vi 6 vezes) pela primeira vez aguçou os meus sentidos e a partir daquele momento comecei a procura-lo, sem chances. Um dia recentemente eu estava passeando pela Livraria da Travessa, de Ipanema e dei de cara com ele. Comprei na hora. Tem mais um que eu quero muito se chama GENJI e foi escrito também por uma cortesã em meados do ano mil. Esse só tem edição portuguesa e custa cada volume (aqui no Brasil) 130 reais.
Estou a ler agora Mishima que é japonês, mas é um país cuja literatura conheço mal.
Postar um comentário