sábado, 21 de fevereiro de 2009

120 Contos Zen, Taisen Deshimaru

entre um livro e outro, ou mesmo, quando acordo, sempre venho neste livrinho de historinhas Zen beber um pouco como em doses homeopáticas esta maravilhosa sabedoria do Mestre Deshimaru...


O filho na cama

Antiga historia chinesa conta que, num grande templo, vivia uma monja lindíssima, muito calma e de moral irretocavel.No templo vivia também outra monja, mas de moral menos rigida;as vezes. ia visitar os monges, sozinha.A monja bonita, mo entanto, era verdadeiramente casta.
Um dia, a jovem monja lhe perguntou:
-Sois bela, a mais bela da comunidade deste templo, e ainda moça; por que vos fizestes monja?Por que não casastes?
-Fui casada-respondeu ela.-Vou contar-vos minha historia:nos nos amávamos profundamente, meu marido e eu;ele sobretudo em amava.Um filho nasceu do nosso amor, mas o pai morreu pouco depois.Dai que eu amasse ainda mais meu filho e o cercasse de minha profunda afeição.Quando ele fez dezessete anos de idade, foi amado com paixão por muitas moças, mas não quis saber de nenhuma.sua saúde foi se debilitando;pouco a pouco, caiu doente.Ficou muito magro.Nenhum medico atinava com a origem da enfermidade.Cada vez mais ansiosa, cheguei a conclusão de que a origem deveria estar ligada a problemas de ordem moral; seu espirito, sem duvida, se achava atormentado.Perguntei, então, ao amigo intimo de meu filho se ele lhe fizera alguma confidencia.O amigo me contou:
-Vosso filho confidenciou-me, um dia, que vos amava acima de todas as cisas e que o seu desejo maior era poder amar-vos profundamente uma noite.
Fiquei muito surpreendida com a resposta mas, na realidade, ela não me fez sofrer.Decidi, então, dormir com meu filho, pois a sua vida me importava e eu pensava que esse talvez fosse o meio de cura-lo.acreditava piamente nisso. dei, portanto, licença a meu filho para vir a minha cama quando quisesse.
Foi assim que, na noite seguinte, meu filho, em cujo rosto fazia muito tempo que eu não surpreendia uma expressão de felicidade, veio a minha cama;mas no momento em que ia entrar e beijar-me, grandes abalos sacudiram a casa,parte da qual desabou;profunda fenda abriu-se ao lado da cama. Nela caiu meu filho.Eu quis segura-lo, mas os seus cabelos me ficaram nas mãos, e ele sumiu.Não sei por que milagre minha cama e eu mesma fomos poupadas.
E mostrando, então, a jovem monja os cabelos do filho, rematou:
-Trago-os sempre comigo, presos ao meu cinto.Por isso me fiz monja; antigamente, pouco me preocupou a moral, mas, agora, vivo a perguntar-me como posso resolver o meu carma.
è um koan.Como resolver o seu carma?

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